Páginas

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quintanares


Quintanares

Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.

Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.

São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.

São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.

São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.

Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.

E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
heiram sempre os teus cantares

Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.

Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares


(BANDEIRA, Manuel. In: Coletânea 80 anos de Poesia. Organizada por Tânia
Carvalhal. Editora Globo, 1986.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá!!

Agradeço a visita. Sintam-se a vontade para comentar, divulgar o seu site/blog e elogiar ou criticar o blog.
Comentários com conteúdos agressivos, ofensivos ou inadequados serão excluídos.

Beijos! Até o próximo post.

Você também pode gostar de:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...