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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Livro o Estudante - Adelaide Carraro

Adoro os livros desta autora, sempre abordam os mesmos assuntos e para mim esse é o melhor dela. Ele é um alerta para os jovens em relação às drogas. Todos que já li dela noto que facilmente eu entro na história dos personagens e até me emociono junto com eles, principalmente no Estudante 1, que para mim é o mais emocionante dos 3 da série. Vale a pena mesmo ler, eu suuuuuper indico!


Outros livros dela  que também falam de jovens que acabaram entrando no mundo das drogas:
- Estudante 2  e 3 ( a continuação dessa série ''estudante'') 
- Meu professor, meu héroi ( bastante envolvente)


 “O Estudante é o grito desesperado de alerta para jovens, pais, professores, qualquer pessoa que pode, a qualquer momento, se tornar vítima das drogas. É o relato de um jovem que teve seu lar destruído pelo fantasma da droga, que não respeita idade, classe social, religião e raça. Muitos leitores poderão achar o conteúdo deste livro chocante e brutal, mas não devem se esquecer de que a realidade aqui escrita é muito mais. Um livro que não pode deixar de ser lido por todos que abominam o caminho da miséria e degradação para o qual os jovens são arrastados pelo vício das drogas.

Sinopse:

O Estudante narra a história de Renato, um jovem de família de classe alta, residente na capital paulista, em idos de 1975. Rapaz culto, inteligente, solidário. Participava de vários projetos de caridade juntamente com sua mãe, Lídia, e seu irmão caçula, Roberto.Um dia, Renato sai de casa com uma forte dor de cabeça, saindo de casa diretamente para o colégio, preferiu não tomar nenhum remédio. Mas enquanto percorria o caminho até sua escola, a infeliz dor aumentava. Chegando então no local, encontra Mário, um jovem que não gostava de Renato, inclusive já haviam brigado algumas vezes, mas ultimamente Mário fingia ser seu amigo. Foi então que o mau caráter ofereceu-lhe um comprimido de cor branca para amenizar a dor. De início ele recusou, mas passando alguns minutos, foi até a sala de Mário e pediu o medicamento.As dores em outros dias passaram a ser freqüentes e Renato agora recorria ao suposto grande amigo que sempre tinha uma solução para o seu problema.O final da história talvez você já imagine como será: brigas, intrigas, decepção, ódio, e acredite; morte. Quer ler O Estudante? Conheça a história da família Lopes Mascarenhas. A saga continuará ainda com o Estudante II e III, da Editora Global, trazendo ainda a questão do preconceito racial. Vale a pena ler.



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um braço de mulher - Rubem Braga

 Tava procurando contos aqui na net e achei esse, nunca tinha visto, mas adorei ele. Vou postar ele integral aqui pra vocês:

Subi ao avião com indiferença, e como o dia não estava bonito, lancei apenas um olhar distraído a essa cidade do Rio de Janeiro e mergulhei na leitura de um jornal. Depois fiquei a olhar pela janela e não via mais que nuvens, e feias. Na verdade, não estava no céu; pensava coisas da terra, minhas pobres, pequenas coisas. Uma aborrecida sonolência foi me dominando, até que uma senhora nervosa ao meu lado disse que "nós não podemos descer!". O avião já havia chegado a São Paulo, mas estava fazendo sua ronda dentro de um nevoeiro fechado, à espera de ordem para pousar. Procurei acalmar a senhora.

Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista. Tentei convencê-la de que não devia se abanar, mas acabei achando que era melhor que o fizesse. Ela precisava fazer alguma coisa, e a única providência que aparentemente podia tomar naquele momento de medo era se abanar. Ofereci-lhe meu jornal dobrado, no lugar da revista, e ficou muito grata, como se acreditasse que, produzindo mais vento, adquirisse maior eficiência na sua luta contra a morte.

Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora. Notando que uma sua amiga estava em outra poltrona, ofereci-me para trocar de lugar, e ela aceitou. Mas esperei inutilmente que recolhesse as pernas para que eu pudesse sair de meu lugar junto à janela; acabou confessando que assim mesmo estava bem, e preferia ter um homem — "o senhor" — ao lado. Isto lisonjeou meu orgulho de cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair. Havia certamente piloto e co-piloto e vários homens no avião. Mas eu era o homem ao lado, o homem visível, próximo, que ela podia tocar. E era nisso que ela confiava: nesse ser de casimira grossa, de gravata, de bigode, a cujo braço acabou se agarrando. Não era o meu braço que apertava, mas um braço de homem, ser de misteriosos atributos de força e proteção.

Chamei a aeromoça, que tentou acalmar a senhora com biscoitos, chicles, cafezinho, palavras de conforto, mão no ombro, algodão nos ouvidos, e uma voz suave e firme que às vezes continha uma leve repreensão e às vezes se entremeava de um sorriso que sem dúvida faz parte do regulamento da aeronáutica civil, o chamado sorriso para ocasiões de teto baixo.

Mas de que vale uma aeromoça? Ela não é muito convincente; é uma funcionária. A senhora evidentemente a considerava uma espécie de cúmplice do avião e da empresa e no fundo (pelo ressentimento com que reagia às suas palavras) responsável por aquele nevoeiro perigoso. A moça em uniforme estava sem dúvida lhe escondendo a verdade e dizendo palavras hipócritas para que ela se deixasse matar sem reagir.

A única pessoa de confiança era evidentemente eu: e aquela senhora, que no aeroporto tinha certo ar desdenhoso e solene, disse suas malcriações para a aeromoça e se agarrou definitivamente a mim. Animei-me então a pôr a minha mão direita sobre a sua mão, que me apertava o braço. Esse gesto de carinho protetor teve um efeito completo: ela deu um profundo suspiro de alívio, cerrou os olhos, pendeu a cabeça ligeiramente para o meu lado e ficou imóvel, quieta. Era claro que a minha mão a protegia contra tudo e contra todos, estava como adormecida.

O avião continuava a rodar monotonamente dentro de uma nuvem escura; quando ele dava um salto mais brusco, eu fornecia à pobre senhora uma garantia suplementar apertando ligeiramente a minha mão sobre a sua: isto sem dúvida lhe fazia bem.

Voltei a olhar tristemente pela vidraça; via a asa direita, um pouco levantada, no meio do nevoeiro. Como a senhora não me desse mais trabalho, e o tempo fosse passando, recomecei a pensar em mim mesmo, triste e fraco assunto.

E de repente me veio a idéia de que na verdade não podíamos ficar eternamente com aquele motor roncando no meio do nevoeiro - e de que eu podia morrer.

Estávamos há muito tempo sobre São Paulo. Talvez chovesse lá embaixo; de qualquer modo a grande cidade, invisível e tão próxima, vivia sua vida indiferente àquele ridículo grupo de homens e mulheres presos dentro de um avião, ali no alto. Pensei em São Paulo e no rapaz de vinte anos que chegou com trinta mil-réis no bolso uma noite e saiu andando pelo antigo viaduto do Chá, sem conhecer uma só pessoa na cidade estranha. Nem aquele velho viaduto existe mais, e o aventuroso rapaz de vinte anos, calado e lírico, é um triste senhor que olha o nevoeiro e pensa na morte.

Outras lembranças me vieram, e me ocorreu que na hora da morte, segundo dizem, a gente se lembra de uma porção de coisas antigas, doces ou tristes. Mas a visão monótona daquela asa no meio da nuvem me dava um torpor, e não pensei mais nada. Era como se o mundo atrás daquele nevoeiro não existisse mais, e por isto pouco me importava morrer. Talvez fosse até bom sentir um choque brutal e tudo se acabar. A morte devia ser aquilo mesmo, um nevoeiro imenso, sem cor, sem forma, para sempre.

Senti prazer em pensar que agora não haveria mais nada, que não seria mais preciso sentir, nem reagir, nem providenciar, nem me torturar; que todas as coisas e criaturas que tinham poder sobre mim e mandavam na minha alegria ou na minha aflição haviam-se apagado e dissolvido naquele mundo de nevoeiro.

A senhora sobressaltou-se de repente e muito aflita começou a me fazer perguntas. O avião estava descendo mais e mais e entretanto não se conseguia enxergar coisa alguma. O motor parecia estar com um som diferente: podia ser aquele o último e desesperado tredo ronco do minuto antes de morrer arrebentado e retorcido. A senhora estendeu o braço direito, segurando 0 encosto da poltrona da frente, e então me dei conta de que aquela mulher de cara um pouco magra e dura tinha um belo braço, harmonioso e musculado.

Fiquei a olhá-lo devagar, desde o ombro forte e suave até as mãos de dedos longos. E me veio uma saudade extraordinária da terra, da beleza humana, da empolgante e longa tonteira do amor. Eu não queria mais morrer, e a idéia da morte me pareceu tão errada, tão feia, tão absurda, que me sobressaltei. A morte era uma coisa cinzenta, escura, sem a graça, sem a delicadeza e o calor, a força macia de um braço ou de uma coxa, a suave irradiação da pele de um corpo de mulher moça.

Mãos, cabelos, corpo, músculos, seios, extraordinário milagre de coisas suaves e sensíveis, tépidas, feitas para serem infinitamente amadas. Toda a fascinação da vida me golpeou, uma tão profunda delícia e gosto de viver uma tão ardente e comovida saudade, que retesei os músculos do corpo, estiquei as pernas, senti um leve ardor nos olhos. Não devia morrer! Aquele meu torpor de segundos atrás pareceu-me de súbito uma coisa doentia, viciosa, e ergui a cabeça, olhei em volta, para os outros passageiros, como se me dispusesse afinal a tomar alguma providência.

Meu gesto pareceu inquietar a senhora. Mas olhando novamente para a vidraça adivinhei casas, um quadrado verde, um pedaço de terra avermelhada, através de um véu de neblina mais rala. Foi uma visão rápida, logo perdida no nevoeiro denso, mas me deu uma certeza profunda de que estávamos salvos porque a terra existia, não era um sonho distante, o mundo não era apenas nevoeiro e havia realmente tudo o que há, casas, árvores, pessoas, chão, o bom chão sólido, imóvel, onde se pode deitar, onde se pode dormir seguro e em todo o sossego, onde um homem pode premer o corpo de uma mulher para amá-la com força, com toda sua fúria de prazer e todos os seus sentidos, com apoio no mundo.

No aeroporto, quando esperava a bagagem, vi de perto a minha vizinha de poltrona. Estava com um senhor de óculos, que, com um talão de despacho na mão, pedia que lhe entregassem a maleta. Ela disse alguma coisa a esse homem, e ele se aproximou de mim com um olhar inquiridor que tentava ser cordial. Estivera muito tempo esperando; a princípio disseram que o avião ia descer logo, era questão de ficar livre a pista; depois alguém anunciara que todos os aviões tinham recebido ordem de pousar em Campinas ou em outro campo; e imaginava quanto incômodo me dera sua senhora, sempre muito nervosa. "Ora, não senhor." Ele se despediu sem me estender a mão, como se, com aqueles agradecimentos, que fora constrangido pelas circunstâncias a fazer, acabasse de cumprir uma formalidade desagradável com relação a um estranho - que devia permanecer um estranho.

Um estranho — e de certo ponto de vista um intruso, foi assim que me senti perante aquele homem de cara desagradável. Tive a impressão de que de certo modo o traíra, e de que ele o sentia.

Quando se retiravam, a senhora me deu um pequeno sorriso. Tenho uma tendência romântica a imaginar coisas, e imaginei que ela teve o cuidado de me sorrir quando o homem não podia notá-lo, um sorriso sem o visto marital, vagamente cúmplice. Certamente nunca mais a verei, nem o espero. Mas o seu belo braço foi um instante para mim a própria imagem da vida, e não o esquecerei depressa.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Machado de assis e a escravidão

Apesar de muitos críticos dizerem que Machado de Assis era contra os escravos, acredito que por renegar suas origens, no conto Pai contra mãe o que podemos ver é uma forte crítica a sociedade escravocrata da época.
Ao descrever as correntes e a maneira como os escravos eram tratados, quem conhece as técnicas que Machado de Assis usa para escrever, pode perceber que todo esse realismo e a maneira detalhada com que descreve fazem parte de sua crítica contra a sociedade.
A parte mais marcante está no momento final do conto, onde Cândido Neves relata o fato ocorrido e o conto é encerrado pela frase “Nem todas as crianças vingam”. Frase que transmite a crítica trazida pelo conto, de que apesar da pobreza Cândido Neves era branco e por isso acabou conseguindo o que queria, enquanto que a escrava fujona voltou para os maltratos de seu dono e acabou abortando o filho que esperava.
Com isso podemos concluir que o relato de Machado de Assis no conto Pai contra mãe é uma crítica feroz à escravidão.

Resumo de Pai Contra Mãe (Machado de Assis)

''Cândido Neves não gostava de trabalhar e não ficava muito tempo em emprego algum, depois de tentar vários ofícios assume a função de capturar escravos fugidos. Cândido casa-se com Clara que era órfã e morava com a tia Mônica. Até que o casal decide ter um filho, a contra gosto da tia.

Durante a gravidez, a situação financeira da família vai piorando até que no nono mês de gravidez de Clara, eles são despejados. Quando nasce o filho, tia Mônica insiste para que o menino seja entregue na “Roda dos enjeitados” para ser adotado. Cândido e Clara sofrem muito, mas aceitam. No caminho para a Roda, Cândido vê uma escrava fugida, captura a mulher e recebe uma gorda recompensa, podendo então manter seu filho em casa. 

Acontece que a escrava capturada estava grávida, e provavelmente abortou com os castigos recebidos pelo seu dono quando a recebera. Ficando,então, da amarga ironia de vida do filho de Candinho ter custado a vida do filho da escrava. Nesse final se justifica o título do conto Pai (Candinho) contra Mãe (escrava fugida). O autor mostra a miséria humana, através dos dramas paralelos de um pai contra mãe, lutando por duas vidas, onde o indivíduo é capaz de aplacar sua consciência, mesmo tendo cometido o maior dos crimes, justificando a troca de uma vida pela outra.''  

Via net saber.

Aqui se encontra uma análise mais detalhada escrita por mim. 
Espero que gostem!

Gente, quem quiser, curte aqui a página do blogger no face! Faça uma blogueira feliz!:D  



terça-feira, 19 de junho de 2012

A Menina dos Fósforos

  Olá!!! Gente, li esse texto na escola e resolvi postar o texto integral aqui no blogger, espero que gostem dele...Eu amei =D

Era uma vez, numa grande cidade, uma linda menina, muito pobre, que ganhava a vida a vender caixas de fósforos, para ajudar o pai.

Numa noite, véspera de Natal, com a neve a cair em abundância, a pequena vendedora vagueava pelas ruas, afundando nela os seus pezinhos. Nas mãos geladas, levava as caixinhas de fósforos. Dentro das casas aquecidas, as famílias cantavam, junto das lareiras e das árvores de Natal, repletas de presentes. O cheiro dos assados quentinhos espalhava-se pelas ruas.

Ninguém queria comprar os seus fósforos. Muito cansada, sentou-se num canto e lembrou-se das bonitas fábulas que a sua doce mãezinha lhe contava, enquanto a embalava nos seus braços quentes.

O frio aumentava. Com lágrimas nos olhos, ela olhou para as caixinhas de fósforos: se acendesse apenas um para aquecer as mãos, talvez o pai não notasse. Pegou num fósforo e riscou. Uma chamazinha quente e luminosa logo brilhou. Para ela, parecia o calor de um grande fogão ali perto. Pegou noutro fósforo e riscou novamente. Diante dela surgiu uma mesa posta com porcelanas e um delicioso assado, recheado com ameixas e maçãs, exalando um cheiro delicioso. Quando estendeu a mão... a chama desapareceu.

Só a neve caía diante dela. Acendeu um terceiro fósforo. Agora parecia estar sentada junto a uma enorme árvore de Natal, onde milhares de bolas coloridas e estrelinhas cintilavam. De repente, a chama tremeu, o fósforo apagou-se... e tudo desapareceu. A menina riscou mais um fósforo e lembrou-se da sua avó, que sempre a tratara com ternura. Mas o fósforo apagou-se e a imagem desfez-se.

O frio aumentava. A menina, então, acendeu todos os fósforos que ainda restavam e à sua volta tudo brilhou. Os seus olhos brilharam quando viu dois braços na sua direcção. Quando acordou, estava numa cama bem quentinha. Todos olhavam para ela com muito amor. Agora tinha uma nova família que a adotara. 

 

Adaptação: http://www.youtube.com/watch?v=YuhG-lcCBx8&feature=fvwrel

Análise do conto '' A queda da casa de Usher''




- RESUMO DO CONTO "A QUEDA DA CASA DE USHER"
O narrador inicia o conto descrevendo o caminho que percorre para chegar até a casa de um amigo de infância que há muito não vê, Roderick Usher. Informa sobre uma carta enviada por esse amigo, que sob forte agitação pedia sua companhia.
A paisagem lhe causa uma acentuada angústia; descreve ao chegar o cenário mórbido da casa e a aparência física de seu amigo, que mais lembrava um defunto. Usher informa ao amigo que sofre de uma doença nervosa que atacou toda sua família, conta-lhe que morrerá disso e que também em conseqüência dessa doença sentirá infindáveis sensações anormais. Mora também naquela casa Lady Madeline Usher, epiléptica e cataléptica, que logo veio a morrer. Depois da morte de sua irmã, Roderick ainda espera quinze dias para enterrá-la, por causa da catalepsia. No enterro provisório, no calabouço, revela que são gêmeos e por isso a tamanha semelhança na aparência. Depois desse fato, Usher muda completamente e o narrador, sete ou oito dias após a morte de Madeline sai pela casa sem sono e encontra Usher trêmulo e apavorado. Tentando acalmá-lo, o narrador faz uma leitura do primeiro livro que encontra. A leitura prende a atenção de ambos, mas ao ler sobre um arrombamento, um grito e um estrondo, parecem ser reais, porém abafados. Depois de algum tempo Usher declara: "Nós a sepultamos viva!" .Em pânico, assistem à aparição de Lady Madeline Usher, que com uma forte rajada de vento surge e cai por sobre seu irmão, que previra todo aquele terror Ambos morrem. O narrador foge aterrorizado e quando olha para trás vê somente a lua vermelha como o sangue e a casa desmoronando e sendo sucumbida pelo lago.

- ANÁLISE DO CONTO
O título anuncia, de certo modo, o desfecho da história, ou seja, a destruição da casa. É uma antecipação, uma premonição da queda da casa, tanto da casa em si quanto da família -Roderick Usher e sua irmã Madeline eram os dois últimos.

Meus comentários


Não sou fã de conto, mas confesso que gostei bastante desse conto de Edgard Allan Poe, hoje mesmo, fiz um trabalho sobre esse conto e sobre o Gato Preto, outro conto o qual já coloquei aqui  aqui  no blog. Notei que os contos deles abordam, geralmente, os mesmos assuntos: morte, insanidade, violência, crimes e terror. Espero que esse resumo ajude vocês, assim como me ajudou.
Beijos!! Até a próxima.

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Análise do conto “O gato preto”, de Edgar Allan Poe

  
Narrado em primeira pessoa, O gato preto, de Edgar Allan Poe, trata da história de um homem simples que adorava animais e que desenvolve no decorrer da narrativa uma postura doentia, um espírito perverso capaz de atitudes com requinte de crueldade. Poe envolve o leitor numa atmosfera de suspense e obscuridade, causando sobressaltos e gerando uma sensação estranha de terror.
Depreende-se, assim, com a leitura do conto que Poe trabalha com maestria os mistérios da morte e da loucura, aprofundando-se em certos estados da mente humana, como se pode observar quando o narrador-personagem define suas alterações de personalidade que ocorrem ao longo do conto, desde as pequenas alterações à perda total do controle emocional e psíquico, sendo este último estado piorado pelo consumo abusivo de álcool. Como quando narra: Uma fúria demoníaca apoderou-se, instantaneamente, de mim. Já não sabia mais o que estava fazendo.(...) Tirei do bolso um canivete, abri-o, agarrei o pobre animal pela garganta e, friamente, arranquei de sua órbita um dos olhos! Nessa mesma linha de pensamento, Poe analisa a natureza humana em suas diversas nuances, fazendo uma reflexão sobre as mazelas psicológicas às quais estão sujeitos todos os seres humanos. A neurose que leva o personagem a cometer tantas atrocidades, que contrastam com maior parte de sua vida, na qual era um sujeito pacato e sociável. Este contraste se evidencia na seguinte parte do texto: Não só descuidei-me de mim, de minha mulher e de meus bichos, como os maltratava com a maior crueldade. Ou ainda neste trecho, onde fica claro a insanidade latente que o faz atribuir ao gato as conseqüências de seus atos: O gato que me levara ao crime e cuja voz delatora me havia entregue ao carrasco. Desta forma, independente de trabalhar com os impulsos primitivos que regem o caráter do homem, o que há em Edgar Allan Poe é um talento narrativo e uma forma criadora que seleciona cuidadosamente todos os elementos textuais. Do bicho ao nome concedido a ele, Plutão, que representa o deus dos infernos, o Hades. O gato preto está repleto de simbolismos, seu texto pesado, mistura um misticismo, validado tanto pela mitologia grega quanto pela superstição popular e ainda concentra conceitos das teorias de Freud, como o inconsciente e o recalque.Poe escreve com bastante rigor e precisão, dando a sua narrativa um tom racional, porém recheando-a de situações inusitadas só possíveis no realismo fantástico. Nesta história, gato e homem interagem, mas nada se dá ao acaso, nota-se uma forte relação de causa e efeito, onde os instintos animais afloram e revelam a essência do bicho homem.

Via: http://www.beatrix.pro.br/literatura/o_gato_preto.html
 Adaptação:  http://www.youtube.com/watch?v=po_T90CthjI&feature=related

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