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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Minha manhã....

Olá!!!! 
Hoje estou aqui, mas não para falar de um livro, conto, história, saga e etc...
Vou falar de algo que me deixou super feliz hojee, fui receber minhas medalhas olímpicas no colégio hoje pela manhã!!

Ultimamente eu não estava ganhando muito, tava só participando sem ganhar colocação.
Mas mesmo assim sempre participava, pois A-D-O-R-O participar de olímpiadas sejam internas ou as brasileiras. Apesar de isso não ser tão importante, porque não são medalhas que dizem se as pessoas são capazes ou  não, mas é obvio que fico feliz quando ganho.
Esse ano tive a felicidade de ganhar três medalhas

Eu queria muito ganhar alguma esse ano, mas não esperava esse resultado todo, agradeço a Deus, realmente fiquei super contente com meus resultados. Fico mais feliz ainda por minha amiga ter conseguido obter boas classificações também, Maria, que aliás antes de eu postar aqui no blogger ela lê e confere se tá tudo okay, é integrante do blogger junto comigo e ela quem escolheu esse nome pro blogger.

Eu ganhei : 1° Português; 1° Biologia; 2° em geografia \õ 
Iupeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, hehe!! ;)

Essa sou eu e a Maria Helena ( aqui em baixo - a minha amiga que ganhou as medalhas e que me ajuda no blogger). Obrigada por fazer parte da minha vida, amiga, compartilhamos juntas risadas; tristezas; nossas histórias; momentos, entre eles o grande passo que demos hoje. Suportamos uma a outra em certos momentos e não pense que vou esquecer de quando tu ''enchia o saco ''  com esses teus dramas romanticos kk...
Mesmo assim estará sempre aqui <3 sempre será minha amiga-irmã...


Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim.



domingo, 25 de novembro de 2012

Verdade ou Mito???

Olá, gente!! Tudo bom?

Morador de rua na livraria!Ontem, quando estava no Facebook, vi a seguinte imagem com um texto dizendo que um morador de rua  havia entrado em uma livraria e estava folheando um livro, até que os seguranças acabaram o expulsando. E que, então, ele saiu chorando até a parte de fora da livraria frustado e sentindo-se humilhado. 
Acabei compartilhando a foto e dizendo que tinha ficado revoltada com a atitude dos seguranças. 

Quando anoiteceu, entrei no Facebook, novamente, para mostrar essa história para minha mãe, porém não encontrei em lugar nenhum. Até que decidi pesquisar no google e vê se encontrava notícias. Até que li  no site e-farsas que a história é falsa e encontrei o seguinte texto no site:


Circula pelo Facebook a história de um morador de rua que teria sido expulso pelos seguranças de uma livraria enquanto folheava um livro. Mas será que essa notícia é real?
No dia 1º de junho de 2012, uma foto de um senhor mal vestido lendo um livro começou a se espalhar pelo Facebook. O texto que a acompanha afirma se tratar de um morador de rua que teria sido expulso brutalmente pelos seguranças de uma livraria. 
 A foto é real, mas a história é falsa. Dando uma procurada no próprio Facebook, encontramos o que parece ser a primeira publicação dessa mesma fotografia postada no dia 30 de maio de 2012 por Livia Cuesta.
Livia explica em seu post no Facebook que a foto foi tirada na livraria Saraiva Shopping Tijuca – RJ – e não menciona nada sobre a tal expulsão.
E-farsas entrou em contato com a filial da Saraiva na Tijuca ...Fomos atendidos por uma moça chamada Vanessa, que explicou que o morador de rua que aparece na imagem é conhecido pelo nome de Alexandre e é frequentador contumaz da livraria, mas que nunca houve nenhum tipo de abordagem negativa por parte dos funcionários do estabelecimento em relação à permanência do senhor dentro da loja.Vanessa ainda nos contou que o senhor é ex-professor, é amigo de todos e está sempre passeando pela livraria.


Read more: http://www.e-farsas.com/morador-de-rua-e-expulso-de-livraria-enquanto-folheia-livro.html#ixzz2DGJjuBjF


A história do '' morador expulso da livraria '' é falsa. Fico extremamente contente com esse grande exemplo, que apesar de suas ''limitações '' não perde a oportunidade de se deleitar na leitura. Que sirva de exemplo para muitos!


sábado, 24 de novembro de 2012

João da Cruz e Sousa...


Vi hoje no facebook que no dia 24 de novembro Cruz e Sousa tinha nascido, até que resolvi pesquisar quem é e fiquei encantada pela sua biografia, espero que também gostem. Adorei ver a força de vontade e perseverança que ele tinha em vida.

Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, foi o autor responsável pelo marco inicial do Simbolismo no Brasil.

Era filho de ex-escravos e ficou sob a proteção dos antigos proprietários de seus pais, após receberem alforria. Recebeu uma educação exemplar no Liceu Provincial de Santa Catarina. Além disso, o sobrenome Sousa é advindo do ex-patrão o que demonstra o afeto do mesmo para com os pais do futuro autor.

 Cruz e Sousa teve que enfrentar o preconceito racial que era muito mais evidente na época do que é hoje em dia. No entanto, isso não foi pretexto para desmotivá-lo, uma vez que é conhecido como o mais importante escritor do Simbolismo.Foi diretor do jornal abolicionista Tribuna Popular em 1881. Foi nomeado promotor público de Laguna (SC), no entanto, foi recusado logo em seguida por ser negro.


Cruz e Sousa faleceu aos 36 anos, em 19 de março de 1898, vítima do agravamento no quadro de tuberculose.

O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo.
No Brasil, o simbolismo teve início no ano de 1893, com a publicação de duas obras de Cruz e Souza: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). O movimento simbolista na literatura brasileira teve força até o movimento modernista do começo da década de 1920. 

Fontes : Brasil Escola / Sua pesquisa.com


Bienal Internacional do Livro no Ceará...



Depois de um tempinho sem publicar no blogger devido a minha correria na escola hoje vou voltar a postar e  começar falando da Bienal do Livro que aconteceu aqui no Ceará. 
Aconteceu do dia 8 até 18 de novembro no Centro de Eventos do Ceará,  fui no penúltimo dia com uma amiga e vou falar um pouco  sobre a bienal. Esse ano a Bienal teve como tema ''Padaria Espiritual -  O Pão de Espírito para o Mundo'' e celebrou os 90 anos da Semana de Arte Moderna. 

Encontrei no site da Bienal do Livro toda a história da origem da Padaria Espiritual: 
A Padaria Espiritual se originou do espírito revolucionário de um grupo de jovens que se reuniu em forma de sociedade para, através das letras, protestar contra a burguesia, o clero e tudo que fosse tradicional, como consta de seu programa...
Quem quiser ler o  resto é só clicar aqui na página que conta toda a história desse grupo de jovens.


A Secretaria da Educação (Seduc) organizou e levou cerca de  30 mil alunos e profissionais da educação da rede estadual na Bienal. Além do transporte para todos, o Governo do Estado, por meio da Seduc, deu hospedagem para quem vem de municípios mais distantes. Fiquei super alegre com essa iniciativa do governo de estimular a leitura para os alunos, li em algum site (o qual não me recordo) que de seis anos para cima as crianças da rede pública tanto da capital como do interior foram levadas para a Bienal em projetos de visitação escolar.




Uma das presenças que marcaram a bienal foi a Thalita Rebouças, escritora teen, com 12 anos de carreira, mais de um milhão de exemplares vendidos e 13 livros escritos destinados ao público juvenil. Ela apareceu na tarde do dia 15 (quinta), conversou sobre seus livros e teve uma conversa bastante afetuosa com o público. O carinho de Thalita com os fãs ficou evidente de diversas formas. A escritora reconheceu vários pelo nome e por meio dos perfis mantidos no Twitter. E o público também parece adorar a autora, pois a fila para autógrafos e entrega de presentes durou mais de cinco horas! :O


Agora vou falar como foi a bienal para mim e o que fiz lá...

Bem, fui com minha mãe e a Thana cedinho pra bienal e ainda demorei bastante e realmente não deu tempo para aproveitar tudo, não entrei em cada um dos estandes, não fiquei pra ver nenhuma apresentação. Fui no penúltimo dia e acho que por isso estava tão cheio, agora fico imaginando como não foi o último dia então.
X bienal do livro


Apesar das varias opções de livros não encontrei vários livros que estava procurando e tenho que comentar também que os preços não estavam tão bons, eram preços normais ou até mais caros. Tenho que admitir que haviam vários de 10 e 15 reais (nessa faixa de preço), porém nenhuma fazia o meu estilo de livro. 
Depois de andar muito acabei encontrando um livro que estava super afim e aproveitei pra comprar. Comprei o livro Belle. E minha amiga  comprou o Estudante III e o Paixão Índia. 
Mas com certeza tinha gosto para todos, romances, clássicos, didáticos e etc...Realmente adorei dar uma passadinha lá.

Vou terminar o post aqui com essa foto minha lá, metida a intelectual - lendo o livro da minha amiga o Paixão Índia. Rs


Espero que tenham gostado do post!! Bjos


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quem decide por mim?

Hoje na aula de filosofia  li esse pequeno texto e decidi que colocaria aqui.
Espero que gostem e aprendam algo com ele...


Um colunista conta uma estória em que acompanhava um amigo à uma banca  de  jornais.

 "O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como retorno  recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo
do colunista sorriu polidamente e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro.

Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:
" - Ele sempre te trata com tanta grosseria? "
" - Sim, infelizmente foi sempre assim..."
" - E você é sempre tão polido e amigável com ele?
" - Sim, procuro ser."
" - Por que você é tão educado, já que ele é tão  inamistoso
com você? " " - Por que não quero que ele decida como
eu devo agir."

 Moral da estória: a pessoa inteira é seu próprio dono  e não deve curvar-se diante do vento que sopra. Ela  Não está à mercê do mau humor, da impaciência e da raiva dos outros.
Não são os ambientes que a transformam, mas ela que transforma os ambientes."

Equilíbro – Marcos Carvalho
O que é pensar bem, senão  vigiar nossos  
pensamentos? 

De que vale sermos evoluídos se não  
controlarmos nossos  instintos animais?  

Porque não  
pensarmos alguns segundos antes de reagirmos  a 
alguma agressão?

Como podermos ser felizes e 
serenos ao ter a mente agitada a todo momento por  
questões  pequenas? 

Porque não nos perguntarmos, 
quando algo  desagradável  acontecer, se este terá 

alguma importância daqui alguns anos?



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Janet do pescoço torcido - Robert Louis Stevenson

Hoje eu ia falar de um conto que li no livro que a escola passou, mas não sei se eu iria conseguir passar as informações desse conto pra vocês. Então copiei de um texto da net mesmo... Aí está bem completo, com certeza saiu melhor do que se eu fosse escrever. 

A história inicia-se quando o Rev. Soulis já era velho justificando o fato deste ter uma aparência triste, bastante severo nos seus julgamentos, apavorava inclusive as crianças da região quando falava. Vivia sozinho, sem companhia humana, num lugar apavorante, no meio de densas florestas, perto do rio Dule onde localizava-se a paróquia da aldeia de Balweary. O Rev. Soulis gostava de ficar até tarde escrevendo. Desde muito jovem quando chegou à aldeia de Balweary conta a história de uma senhora chamada Janet que tinha um comportamento incomum para àquela época, pois levava uma vida livre e inclusive teve um filho solteira com um soldado da aldeia. Por esse motivo não era bem vista pela comunidade, inclusive todos a viam como uma bruxa, feiticeira, endemoniada, características essas que nos remetiam, sem dúvida, a tipos humanos bastantes comuns em cidades pequenas. Pessoas que sem explicação se enlouqueciam e tinham, com isso, um comportamento fora dos padrões impostos pela sociedade. Janet nos faz lembrar dos tempos da Idade Média, quando o homem ignorante, levado pelos preceitos da igreja, com seus dogmas e doutrinas inquestionáveis, julgavam as mulheres ditas “prostitutas”, ou mesmo, aquelas que se entregavam facilmente aos homens sem antes terem se casado, eram consideradas “bruxas” e queimadas na fogueira da Inquisição, vítimas de julgamentos cruéis e mortas injustamente por aqueles que se consideravam superiores. O Rev. Soulis era jovem, sem muita experiência. Resolveu convidar Janet para trabalhar na paróquia, com afazeres domésticos. Os mais velhos da aldeia não aprovaram esta atitude e se enfureceram contra ela e contra o pastor. Ela, uma senhora muito calada e centrada na sua obrigação não manifestava nenhuma atitude de ira ou mesmo raiva dessa desaprovação ao novo emprego, mas, porém, às vezes, falava e gritava tanto que chegava a ensurdecer as pessoas que estavam perto.

E ela respondia e se defendia ofensivamente a toda palavra proferida pelos seus julgadores. Num dia desses resolveram pegar Janet de sobressalto, retiraram-lhe as roupas e a arrastaram até as margens do rio Dule pois queriam saber se ela era realmente uma bruxa, que se o fosse flutuaria nas águas e não afundaria. Salva pelo Reverendo quando o mesmo ouvindo em alto e bom tom que Janet era uma bruxa e revelando a todos sobre o filho que teve com o soldado e todas as feitiçarias praticadas por ela, ordenou que parassem e trouxe Janet para a casa da paróquia, quando já se encontrava com o pescoço torcido, sendo considerado pelo Reverendo como tendo sido um susto pelo qual passou, por isso o motivo do pescoço ter ficado torto. O Rev. Soulis sempre defendia Janet de xingamentos por parte das crianças e não acreditava que a mesma tinha parte com o demônio. O tempo passou e tudo corria bem. Perto da Paróquia havia um pedaço de terra cercado com grade de ferro, que antes, diziam os mais velhos, era um cemitério. Localiza-se esse terreno na Colina Negra. O Rev. Soulis gostava de ficar ali meditando e tomando um ar fresco, nos dias quentes de julho, quando o verão era intenso e ninguém agüentava ficar em casa. Um dia desses teve uma visão. Ficou atordoado, pois se tratava de um negro que salta e pulava perto do cemitério e o Rev. perguntou quem ele era e o mesmo saltou as águas do Dule em direção à paróquia. Quando o Reverendo lá chegou foi ao quarto de Janet e sentiu o mesmo arrepio que sentira quando vira o negro no cemitério. Foi dormir e não conseguiu devido a agitação daquele dia. De repente ouviu passos e barulhos de socos e pontapés, quando foi até lá viu Janet morta e pendura por um pequeno prego e um único fio de algodão. Rev. Soulis não deixou de pensar que a visão do negro e a história ouvida sobre Janet que a velha já estava morta há muito tempo envolta no espírito daquele negro, seria verdadeira. Depois de tudo isso o Rev. Soulis adoeceu e nunca mais foi a mesma pessoa, tornou-se triste e solitário para sempre.


Fonte: http://pt.shvoong.com/books/1735561-conto-janet-pesco%C3%A7o-torcido/#ixzz2BfLIPPu0

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Já tomou chuva hoje??

Gente, olá! 

Bem, hoje vou postar um conto integral aqui no site para vocês refletirem nesse feriadão que está vindo. Minha professora passou ele em sala e espero que também gostem, eu A-d-o-r-e-i...O conto é de Ignacio de Loyola Brandão



Ignacio de Loyola Brandão
Ignacio de Loyola Brandão no Dia Nacional da Leitura, evento realizado na Biblioteca de São Paulo, em outubro de 2011, em parceria com o Instituto Ecofuturo (foto: Equipe BSP)

Homem feliz na chuva:

 Voltava para casa, quando caiu a chuva das quatro da tarde. Violenta, tinha até granizo. Em volta, as pessoas corriam para se abrigar. Meu primeiro impulso foi correr também. Súbito, me contive. Para que correr? Estava a caminho de casa, não tinha compromisso, nada marcado, meus horários são determinados pelas minhas conveniências. Desde que abandonando patrões, empregos fixos, optei por tentar viver só de livros e algumas colaborações eventuais para a imprensa. Não me preocupo mais se é sábado, domingo, segunda. Pouco importa se a terça-feira vai ser feriado, portanto posso fazer uma ponte na segunda, ganhando um fim de semana mais comprido. Vou tomar chuva, decidi.
Continuei, debaixo da tempestade. Em um minuto, a camiseta molhada, calças ensopadas, bolsos cheios de água. Não estava de sapato e sim com uma sandália havaiana, muito brega. Andei devagar, deixando-me molhar mais e mais, até que não havia milímetro de meu corpo que não estivesse tomado pelas águas. Elas escorriam da cabeça, ombros, braços. Frias, estimulantes. Quatro e meia da tarde, pleno dia da semana e eu na chuva. Esta sensação só as crianças sabem o que é, os adultos perderam.
Pensando em criança, tomei outra resolução. Me meti na enxurrada que descia grossa pela rua Haddock Lobo. A esta altura, as primeiras águas tinham arrastado a sujeira, de modo que a enxurrada era límpida. Fui descendo, feliz da vida. Então, o carro esporte, importado, parou ao meu lado. O motorista abriu o vidro:
- Você é o Loyola, não é?
- Sou, respondi, contente por ter sido reconhecido até na chuva.
- Sobe aqui, te levo. Senão, vai ficar todo molhado.
- Já estou.
- Bem, sobe, não fica tomando essa chuva.
- Vou molhar todo seu carro.
- Não faz mal, o carro a gente enxuga. Sobe, que isso vai te fazer mal!
Sujeito bom, querendo praticar uma boa ação. Mas falava como os pais e mães da gente, na infância. Não faça isto, não faça aquilo. Tudo fazia mal: andar na chuva, tomar leite com manga, comer banana e laranja, olhar no espelho depois do almoço, tomar banho e sair na rua (entortava a boca), comer pepino e ir dormir. O motorista simpático era um homem de seus 30 anos, bem-vestido, gravata. O paletó dobrado com cuidado sobre o banco.
- Não vou entrar não!
- Entra, não pode ficar na chuva.
Engraçado o condicionamento em que a gente vive. Não pode tomar chuva. Nem querendo.
- Não quero entrar, entende? É uma decisão.
- Prefere ficar molhado?
- Prefiro.
- Molhado do jeito que está, não te incomoda?
- Nem um pouco, está uma delícia. Já tomou chuva assim, de tarde?
- Nunca.
- Nem uma vez?
- Não sou louco!
- Nunca teve vontade?
- Bem, acho que tive.
- Venha experimentar. Olha, a água correndo, fazendo cócegas nos pés, acariciando as pernas. Estou quentinho por dentro. Parece que estou flutuando.
- Deve ser bom.
- Bom? É ótimo.
- Sua cara é feliz, você está mesmo contente por estar aí. É, acho que tem razão! Se molhar numa chuvarada destas. Até que seria um programa.
- É a liberdade, meu caro!
- Seria engraçado chegar pingando feito um pinto no escritório. Iam ficar assustados, me internar.
- Então, por que não vem?
- Não posso.
- Claro que pode. Encosta o carro, abra a porta e tome chuva.
- Não é fácil assim.
- Não é difícil. O que te segura?
- Já imaginou? Não dá. Posso querer, estou querendo, mas é impossível.
- Depende de você.
- Dependo de muita coisa.
- Venha. Não quer vir?
- Quero, mas não posso.
- Falta coragem?
- Tenho coragem, o problema é outro.
- Qual é?
- Preciso voltar ao escritório, tenho uma reunião às cinco. Um mundo de gente depende de mim.
- Chega molhado.
- E perco clientes?
- Os clientes valem menos que uma chuva.
- Mas um dia, tomo chuva.
E se foi. Seco e infeliz. Tenho certeza que naquela tarde, um homem levemente inquieto, amargurado, presidiu uma importante reunião. Pensando talvez que seria melhor estar na chuva, os pés metidos na enxurrada, encharcando os mocassins italianos superengraxados. Quanto a mim, continuei pela chuva afora, livre e independente. Porque hoje em dia sou isso. Um homem em disponibilidade, sem empregos, sem alugar minha cabeça, dono do meu tempo, minhas decisões. E isto me custou apenas um ato de coragem. Me custou pouco, na verdade. Bastou dizer não a tudo que é estabelecido. 
Texto extraído da obra Crônicas para ler na escola

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