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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O homem que espalhou o deserto...

Hoje, estudamos esse texto na aula de literatura. Como gostei bastante dele, resolvi colocar aqui para que vocês também possam apreciar essa leitura...


 Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia-a-dia constante, de manhã à noite.
                                Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. À noite, com uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte. Às vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas.
                                A mãe, muito contente, apesar do filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não freqüentava ruas suspeitas onde mulheres pintadas exageradamente se postavam às janelas, chamando os incautos. Seu único prazer eram as tesouras e o corte das folhas.
                                Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinqüenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar.
                                Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado os pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado.
                                Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do abacateiro. Levou dez dias, porque não estava acostumado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.
                                Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos, atacava, limpava, deixava os montes de lenha arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em via de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.
                                E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.
                                E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profissão.



segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Romeu e Julieta - William Shakespeare



Vim hoje falar da história de uns dos jovens mais conhecidos  da literatura. Romeu e Julieta. Bem, acho que todo mundo já ouviu falar dessa história, neh?! Mesmo aquelas que não gostam muito de ler já ouviram falar ou viram em filmes ou peças.

Eu simplesmente amo essa história, já notei que sempre gosto desses  romances proibidos e que tem o impedimento da família ou outras coisas, talvez seja porque aí sim eu fico torcendo ainda mais para que dê tudo certo. Mesmo com o fim trágico, a morte dos dois, eu ainda sim amo esse livro.

Porque os dois foram capazes de tirarem a própria vida, para não viverem com ela, mas sem o grande amor um do outro...acharam melhor morrer que viverem um sem o outro.
No final vemos que a morte do casal conseguiu reconciliar as duas famílias inimigas.

Gosto mesmo, mesmo, mesmo,  porque eles conseguiram romper essa barreira e continuarem ''juntos'' mesmo sem a aprovação das pessoas.




Pedi para minha amiga  comentar o que ela achou para eu colocar aqui no blogger para vocês: ''Bem, eu particularmente ameiiii esse livro, é o romance mais lindo que já existiu. Porque fala no mesmo livro de amor e ódio; a morte do jovem casal faz com que as famílias se reconciliem, torando também uma história de perdão'' - Maria Helena Pitombeira


Sinopse: 


Em Verona, na Itália, por volta de 1600, a rivalidade entre os Montecchios e os Capuletos acentua-se e os conflitos estendem-se a parentes e criados, apesar do apelo do príncipe pela paz.Num baile de máscaras na casa dos Capuletos, Romeu Montecchio conhece Julieta Capuleto.A paixão é mútua e instantânea.Ao descobrir que pertencem a familias inimigas, os dois se desesperam.Resolvem casar-se secretamente, com a cumplicidade de frei Lourenço.No entanto, o destino desse amor seria trágico.



Isso tudo prova  que Romeu e Julieta é considerado um clássico e uma das grandes obras de Shakespeare;  e já teve adaptações em filmes, como:



É o filme Romeu + Julieta com o Leonardo.
A história teve também várias adaptações para o teatro, como essa apresentada em Londres pelo  Royal Ballet ....


E existe ainda o livro Romeu e Julieta de Matteo Bandello :  Anterior à versão teatral de Shakespeare, o Romeu e Julieta de Matteo Bandello já colocava perguntas cruciais, envolvidas no sacrifício dos jovens "amantes de Verona": deve o amor submeter-se às regras de incompreensão, da intolerância, do rancor desmedidos? Devem os jovens apaixonados sufocar seus sonhos de felicidade em nome de princípios, leis, padrões cujas bases são a mesquinhez, o ódio, a violência? Sempre atual, a história de Romeu e Julieta propõe instigantes questões a jovens de tempos problemáticos como os nossos.  E é isso que é relatado no livro de Matteo Bandello em uma obra bem pequena, mas também interressante!

Vou deixar aqui  um link para quem tiver interessado em baixar o Romeu e Julieta de Shakespeare para ler...Espero que tenham gostado e até mais =D

terça-feira, 4 de setembro de 2012

E agora, mãe? - Isabel Vieira


Minha mãe ganhou esse livro  quando tinha mais ou menos minha idade, sempre via ele aqui em casa, mas nunca tinha lido e nem mesmo tive vontade de ler. Porém ano passado eu estava meio  sem livros para ler e decidi conhecer a história de Jana e adorei o livro. É uma ótima lição...
Achei duas sinopses dele e resolvi colocar as duas aqui no blogger:

Sinopse: 

Jana tinha uma vida perfeita: um futuro na dança, um namorado carinhoso e uma festa de debutante sendo preparada. Mas a vida não pode ser simples assim, pode?
Um imprevisto no namoro, uma gravidez. Jana terá que enfrentar o preconceito na cidade e abandonar a vida boa que tinha. Com uma vida de mulher aos 15 anos, Jana terá de construir um futuro com suas novas possibilidades.

É um livro que conta a história de Jana, uma jovem de 14 anos que tem o sonho de ser uma grande bailarina, até que um imprevisto muda todo o seu destino. Ela engravida, o pai da criança vai para os Estados Unidos e some. E toda a sua vida muda por causa dessa nova criança que está a caminho. Ela começa a ver o seu corpo e seu temperamento mudar.Vê a pequena cidade onde sempre viveu torcer o nariz para ela. Seus pais... E o seu maior sonho... Indo por água abaixo.

Meus comentários:

 A autora conseguiu mostrar todos os momentos que ela passou, desde o início da  gravidez e seus problemas, depois que a menina nasce o esforço que ela tem de fazer pra cuidar da menina e trabalhar. Relata que a menina teve que renunciar de um grande sonho seu e tantas coisas que ela gostava devido o nascimento da filha. 
Gostei principalmente disso, porque mostra todas as dificuldades que uma gravidez precoce pode trazer, ainda mais no caso de Jana que o pai não assumiu a filha e se mudou da cidade.

Esse livro é uma ótima lição para as adolescentes verem o que terão que enfrentar com um gravidez sem planejamentos.  

Informações extras:
Gente, existe a continuação da história chama '' E agora, filha?''  onde Jana passa por problemas com a  adolescência da filha, Gabi. 

Aqui está a página da autora e o link em que ela responde algumas perguntas sobre o livro:




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