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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A Extravagância do Morto - Agatha Christie

Olá, pessoal?! Tudo bem?

Hoje vou resenhar o primeiro livro da Agatha que li, eu nunca tinha lido nada da autora, mas sempre ouvia falar bem e tinha vontade de conhecer os enredos dela. Até que fui trocar uns livros no sebo e uma das trocas foi por esse livro.



Bom, a história quando Ariadne Oliver, uma famosa escritora de livros policiais, organiza uma ''caça ao assassino'', o qual é um assassinato, irreal, óbvio, todo planejado e com pistas, a fim de que as pessoas possam analisar e buscar achar quem cometeu o crime. A pessoa que acertasse ganharia um prêmio.

Porém, Ariadne tem um mau pressentimento de que alguém pode aproveitar o evento e cometer um assassinato de verdade e, por isso, ela liga para o detetive Poirot e pede para que ele também participe da quermesse para se caso algo, de fato, ocorra, ele possa ajudar.

E, realmente, um assassinato real acontece durante o evento, no qual havia cerca de duzentas pessoas e qualquer uma delas poderia ser o assassino. Além disso, a anfitriã da festa, Hattie, desaparece.
As investigações começam e todos os envolvidos com o evento são pontados como suspeitos. 
Poirot foi chamado para tentar impedir que um crime real acontecesse e como não conseguiu, ele se esforça bastante para desvendar esse assassinato. E como em todos crimes, irão haver diversas pistas verdadeiras e falsas e até mesmo pistas que passarão despercebidas.

No geral, é uma boa história, eu gostei e pretendo ler outros dela. Mas achei o começo do livro um pouco maçante, as coisas demoraram a acontecer e ficou uma parte monótona então. Entretanto, assim que o assassinato ocorre, tudo flui e eu li rapidamente. 

Espero que tenha gostado. Quem já for fã da autora me indiquem alguns que vocês gostam dela, por favor.

Beijos, até a próxima! 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O Auto da Compadecida - Ariano Suassuna

Olá, gente!! 

A resenha de hoje é de uma obra que eu adoro e de uma homem que, para mim, é incrível. Eu acho o Ariano uma pessoa extremamente inteligente e hilária. 

A obra é um auto, ou seja, uma peça com um único ato e faz críticas à Igreja e aos poderosos que exercem grande influência na região, ao mesmo tempo que exalta os mais humildes. É marcada por vários elementos da região nordeste, como o cangaço, o coronelismo, a tradição religiosa e a cultura popular. O livro é um misto dos autos medievais com a literatura de cordel. A leitura é leve, rápida e o linguajar simples.

Todo o enredo da história é baseado nas artimanhas do ''amarelo'' João Grilo, o qual, constantemente, articula situações de uma maneira engenhosa para conseguir o que quer e sobreviver em meio a vida desigual de Taperoá. Junto com seu amigo, Chicó, eles vão se participar de diversas ''embrulhadas '' que vão levar à um tribunal celeste com Jesus, Maria e o Diabo. 



São diversos episódios engraçados, como o testamento da cachorra, que por isso foi enterrada e em latim. Além do caso amoroso ente Chicó e sua patroa, Dora.

A obra também foi adaptada para o cinema e é tão bom quanto o livro. Para mim, foi uma adaptação muito boa e o que foi acrescentado ao filme só serviu para enaltecer ainda mais a história e tornar-se ainda mais engraçada. 


Para quem quiser, vou deixar um trecho aqui para vocês conferirem.

João Grilo: – Padre João! Padre João!
Padre, aparecendo na igreja: – Que há? Que gritaria é essa?
Chicó: – Mandaram avisar para o senhor não sair, porque vem uma pessoa aqui trazer um cachorro que está se ultimando para o senhor benzer.
Padre: – Para eu benzer?
Chicó: – Sim.
Padre, com desprezo: – Um cachorro? 
Chicó: – Sim.
Padre: – Que maluquice! Que besteira!
João Grilo: – Cansei de dizer a ele que o senhor benzia. Benze porque benze, vim com ele. 
Padre: – Não benzo de jeito nenhum.
Chicó: – Mas padre, não vejo nada de mal em se benzer o bicho.
João Grilo: – No dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhor não o benzeu?
Padre: – Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eu nunca ouvi falar.
Chicó: – Eu acho cachorro uma coisa muito melhor do que motor.
Padre: – É, mas quem vai ficar engraçado sou eu, benzendo o cachorro. Benzer motor é fácil, todo mundo faz isso, mas benzer cachorro?
João Grilo: – É, Chicó, o padre tem razão. Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é o motor do major Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major Antônio Morais.
Padre, mão em concha no ouvido: – Como?
João Grilo: – Eu disse que uma coisa era o motor e outra o cachorro do major Antônio Morais.
Padre: – E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais?
João Grilo: – É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse, mas o major  é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele. Com medo de perder meu emprego, fui forçado a obedecer, mas disse a Chicó: o padre vai se zangar.
Padre, desfazendo-se em sorrisos: – Zangar nada, João! Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar? Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro!
João Grilo, cortante: – Quer dizer que benze, não é?
Padre, a Chicó: – Você o que é que acha?
Chicó: – Eu não acho nada de mais.
Padre: – Nem eu. Não vejo mal nenhum em abençoar as criaturas de Deus.
João Grilo: – Então fica tudo na paz do Senhor, com cachorro benzido e todo mundo satisfeito.
Padre: – Digam ao major que venha. Eu estou esperando.
Chicó: – Que invenção foi essa de dizer que o cachorro era do major Antônio Morais?
João Grilo: – Era o único jeito de o padre prometer que benzia. Tem medo da riqueza do major que se péla. Não viu a diferença? Antes era “Que maluquice, que besteira!”, agora “Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus!”.
Chicó: – Isso não vai dar certo. Você já começa com suas coisas, João. E havia necessidade de inventar que era empregado de Antônio Morais?
João Grilo: – Meu filho, empregado do major e empregado de um amigo do major é quase a mesma coisa. O padeiro vive dizendo que é amigo do homem, de modo que a diferença é muito pouca. Além disso, eu podia perfeitamente ter sido mandado pelo major, porque o filho dele está doente e pode até precisar do padre.
Chicó: – João, deixe de agouro  com o menino, que isso pode se virar por cima de você.
João Grilo: – E você deixe de conversa. Nunca vi homem mais mole do que você, Chicó. O padeiro mandou você arranjar o padre para benzer o cachorro e eu arranjei sem ter sido mandado. Que é que você quer mais? 

Trecho do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, encenado pela primeira vez em 1956. O escritor e pesquisador de cultura popular morreu em 23 de julho


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Minha Vida Fora de Série - Paula Pimenta

Olá, tudo bem?!


Eu nunca tinha lido nenhum livro da Paula Pimenta, mas sempre ouvia falar muito bem. Quando ocorreu a Bienal do Livro aqui em Fortaleza os encontrei baratinhos e foi minha oportunidade de conhecer os livros da autora. 

Eu amei demais o modo como ela escreve, é viciante e em dois dias terminei ele, porque não conseguia parar de ler. É envolvente e muito próximo da realidade.

Bem, o livro Minha Vida Fora de Série narra a história de Priscila, uma adolescente de 13 anos que morava em São Paulo, mas acaba de se mudar para Belo Horizonte depois de seus pais se separarem. Agora, em BH, ela mora com a sua mãe e alguns dos seus animais de estimação e em SP ficou seu pai, o irmão e o outros animais, que ela não pôde trazer.

Mudar já é difícil para qualquer um, imagine para uma adolescente que já possuía seu ciclo de amigos, a escola, seus animais de estimação por perto; e que agora se encontra um estado novo, uma nova escola e separada de suas amigas, seu pai e o irmão.  

Contudo, ao menos possui sua prima que mora em BH e, juntas, elas frequentam um clube, onde a Priscila tem conseguido se distrair mais e fazer novas amizades. E é lá que ela vai conhecer o Marcelo, um adolescente integrante de uma banda e por quem ela se vê apaixonada, o que a faz começar a ver com bons olhos o novo estado em que mora. 

Porém, ela não o conhece direito e, desse modo, ela não se apaixona por quem ele é, mas, sim, por quem ela o idealizou, uma pessoa perfeita e romântica, mas que, na verdade, está bem longe de quem ele realmente é. Por sorte, ela consegue descobrir a verdadeira personalidade dele antes de se tornar algo mais sério. 

Até que ela conhece Rodrigo, uma garoto que, realmente, corresponde as suas expectativas e que também sente o mesmo por ela. Mas o Marcelo surge novamente para atrapalhar tudo e disposto a se vingar por ela ter o deixado. 


Bom, o livro é maravilhoso e eu me arrependo de não ter lido antes. É impossível não se identificar com as personagens e vê na história o cotidiano de muitas adolescentes. É incrível e, com certeza, fez- me virar fã da Paula. 

Espero que tenha gostado. Beijos.
Até a próxima! 

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