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sábado, 9 de abril de 2016

Fale! - Laurie Halse Anderson

Olá, tudo bem? 

A resenha de hoje é de um livro jovem adulto da autora Laurie Halse, confesso que não conhecia a autora e essa foi a primeira obra dela que li, mas, com certeza, vou procurar outras.
Ela tem um jeito leve de escrever e um linguajar bem juvenil, o que acaba aproximando os leitores embora se trate de uma temática tão delicada. 

Fale! relada a vida de Melinda, uma jovem estudante normal. Porém, depois de uma festa organizada pelos veteranos da escola, com bebida a vontade, dança, música...ela chama a polícia e, assim, acaba com toda a festa. A partir disso, o mundo ao seu redor vai se transformar. Seus poucos amigos, ela vai perder; de repente a maioria da escola passa a olha-lá com desdém e raiva; além dos vários xingamentos e o bullying que ela sofre.

Incompreendida, solitária e com medo, Melinda tentará continuar sua vida, mas os fantasmas daquela noite a perseguem diariamente. Seus pais parecem não notar que a filha tem sofrido e que algo de errado está acontecendo; para piorar, estão em um casamento falido, prestes a qualquer momento desabar; a única menina que se aproximou dela após o ocorrido, Heather, se torna alguém fútil e egoísta, logo fazendo parte também do mundo o qual a Melinda luta contra. Desse modo, ela perde o gosto pelas coisas que a agradavam e se isola cada vez mais.

Resta a ela, apenas, dedicar-se a única aula que desperta nela sua atenção, a aula de arte. Com essas aulas e com a ajuda do professor Freeman, ela aprenderá a despertar e expressar seus sentimentos e, assim, se libertar de tudo que a aprisiona. 
''Pense em amor ou ódio, ou em alegria, ou em raiva; o que quer que a faça sentir algo, que leve as palmas de suas mãos a suarem ou os dedos de seus pés a se crisparem. Concentre-se nesse sentimento. Quando as pessoas não se expressam, vão morrendo aos poucos. Você ficaria chocada se soubesse quantos adultos estão realmente mortos por dentro, vivendo sem ter ideia de quem são..''(pág.144)

Através dessas aulas e da vontade de ajudar uma garota chamada Rachel a não passar pelo mesmo que ela  passou, mesmo sabendo que ela não a considera mais como sua amiga, Melinda buscará dentro de si mesma forças e seu antigo eu, a fim de se reerguer e reverter essa situação.
''A verdade é que estou tropeçando às cegas numa floresta de espinhos - meu pai e minha mãe se odeiam, a Rachel me detesta, a galera do colégio fica com ânsia de vômito quando me vê, como se eu fosse uma bola de pelos. E a Heather...''(pág.147)
O que mais impressiona no livro é que no decorrer da leitura, nota-se que a história não é ficcional ou algo distante de nós. Existem muitas Melindas por aí que sofrem com o bullying nas escolas, com uma família desestruturada e com pessoas que não as compreendem e, assim, as julgam mal. Com certeza, nós já presenciamos situações semelhantes.



No começo do livro tem um poema emocionante montado pela própria autora com trechos de cartas e mensagens que ela recebeu, os quais unidos tratam do tema do livro. Além de uma entrevista com a autora. 


Algumas crianças começam a acreditar que merecem ser agredidas. Com o decorrer do tempo, uma pessoa vítima de bullying pode desenvolver uma mentalidade de vítima, o que mantém o ciclo de agressões.
(Craig & Pepler, 2000).

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