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sábado, 31 de janeiro de 2015

O Rei e suas Quatro Esposas


Era uma vez um rei que tinha 4 esposas…
Ele amava a 4ª esposa demais… ele dava-lhe de tudo.
Ele também amava muito sua 3ª esposa e gostava de exibi-la.
Ele também amava sua 2ª esposa. Ela era sua confidente.
A 1ª esposa era uma parceira muito leal e fazia tudo para mantê-lo muito Rico e Poderoso. Mas ele não a amava.
Um dia o rei caiu doente e percebeu que o seu fim estava próximo.
Então ele perguntou à 4ª esposa: -“Eu amei-te tanto, querida… cobri-te das mais finas roupas e joias… agora que eu estou morrendo… és capaz de morrer comigo?”
“De jeito nenhum!” respondeu a 4ª esposa e saiu do quarto sem sequer olhar para trás…
Tristemente… o rei então perguntou à 3ª esposa: “Eu também te amei tanto a vida inteira… és capaz de morrer comigo, para não me deixares sozinho…?”
“Não!!”, respondeu a 3ª esposa. “A vida é boa demais!!! Quando você morrer, eu vou é casar de novo…”
Ele perguntou, então, à 2ª esposa: “Eu sempre recorri a ti quando precisei de ajuda… e tu, quando eu morrer serás capaz de morrer comigo, para me fazeres companhia…?”
“Sinto muito mas… desta vez eu não posso fazer, o que você me pede!” respondeu a 2ª esposa. “O máximo que eu posso fazer… é enterrar você…”
Daí…uma voz se fez ouvir…
“Eu partirei com você e o seguirei por onde você for…” O rei levantou os olhos e lá estava a sua 1ª esposa, tão magra… tão mal nutrida… tão sofrida…
Com o coração partido, o rei falou: “Eu deveria ter cuidado muito melhor de ti, enquanto eu ainda podia…”

Na Verdade, todos nós temos 4 esposas nas nossas vidas…
Nossa 4ª esposa, é o nosso corpo. Apesar de todos os esforços que fazemos para mantê-lo saudável e bonito, ele nos deixará quando morrermos…
Nossa 3ª esposa, são as nossas posses, as nossas propriedades, as nossas riquezas. Quando morremos, tudo isso vai para os outros.
Nossa 2ª esposa, são nossa família e nossos amigos. Apesar de nos amarem muito e estarem sempre nos apoiando, o máximo que eles podem fazer é nos enterrar.
E nossa 1ª esposa é a nossa ALMA… Muitas vezes deixada de lado por perseguirmos, durante a vida toda, a Riqueza, o Poder e os Prazeres do nosso ego.
Apesar de tudo, nossa Alma é a única coisa que sempre irá conosco, não importa onde formos.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Em Busca de um Final Feliz - Katherine Boo

Olá!!

O primeiro livro do ano, gente...Hoje, vou falar sobre o livro Em Busca de um Final Feliz escrito por Katheline Boo.


Sinopse: 

Em Busca de um Final Feliz, de Katherine Boo, é um livro brilhantemente escrito. Através de uma forte narrativa, descobrimos como é o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela à sombra do elegante Aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia. A história de seus habitantes nos faz rir e chorar (...). (Zeca Camargo, em prefácio a esta edição).


O leitor vai se apaixonar por Sunil Sharma, o menino catador de lixo que quer ficar rico, por Manju, a moça mais bonita da favela, que quer ser professora, e até pela tresloucada Fátima, a Perna Só, que só quer um pouco de atenção.


A autora Katherine Boo é casada com um indiano e  passou três anos observando a favela de Annawadi na Índia e seus moradores; nesse livro, ela retrata histórias reais, inclusive nomes reais, de pessoas que buscavam de todas as maneiras possíveis, honestas ou não, mudarem a realidade em que viviam e a tentativa incessante de um final feliz. 
Porém por ser um livro real, um final feliz não é o que você vai encontrar, mas sim uma tentativa persistente de continuar a vida e fazer com que ela tome caminhos melhores.



O que mais marca no livro é a grande corrupção existente no local. Asha, a senhora da favela, ajuda apenas aqueles que possuem condições financeiras de retribuir a ''ajuda'' e, com isso, conseguiu colocar sua filha Manju na faculdade. Além da polícia, políticos totalmente corruptos e as falsas escolas que existiam apenas no papel, enquanto a verba era desviada para outros fins. Tudo parece girar em torno da corrupção nesse local.


Kamble, um homem que precisa de uma válvula cardíaca nova, busca de diversos meios ajuda com empréstimos para pagar uma cirurgia que deveria ser gratuita, porém até os médicos entram nesse círculo de corrupção e cobram dele uma quantia para realizar tal cirurgia. E Asha não o ajuda, pois ele não tinha dinheiro para pagar pela ''ajuda''.

Até mesmo os moradores da favela buscam se sobressair sobre os demais. Porém, é como se fosse algo instintivo, pois tudo que eles buscam é sobreviver em meio ao caos de desigualdade de Mumbai. 


O livro apresenta a histórias de várias famílias de Annawadi. Os personagens que com certeza mais me marcaram foi Abdul e Manju. 

Abdul é um catador de lixo, que por ser tão hábil no que faz conseguiu proporcionar uma melhoria de vida para seus familiares, o que causou certa inveja nos moradores da favela. Ele tentava ser o melhor que podia, mas via como era difícil ser honesto em um lugar como Annawadi. 


 ''Por algum tempo, eu tentei evitar que o gelo dentro de mim derretesse – foi assim que ele se expressou. – Mas agora estou simplesmente me transformando em água suja, como todos os outros. Eu digo a Allah que eu O amo imensamente, imensamente. Mas também digo a Ele que não posso ser melhor, porque Ele sabe como o mundo é.''

Porém, esse mudança para o futuro parece incerto quando ele e seus familiares são acusados de um crime que não cometeram e não podem pagar o que a polícia pede para o encerramento do caso.


''O sistema de justiça criminal da Índia era um mercado, assim como o do lixo, Abdul entendia isso agora. A inocência e a culpa poderiam ser compradas e vendidas como um quilo de sacolas plásticas.''

Bom, o livro é muito interessante por mostrar essa outra realidade e a cultura desses povos. A obra proporciona uma viagem na Índia e um aprofundamento na vida dos personagens.

Aqui deixo a parte do livro que foi a que mais me marcou. 

Quem quiser curte aqui a página do blogger no face.

Bjs!! Até mais..


Em Busca de um Final Feliz - Katherine Boo (Trecho do Livro)


Em Busca de um Final Feliz relata histórias reais de moradores da favela de Annawadi, que lutam diariamente em busca de um final feliz,  uma oportunidade para poderem crescer juntamente com uma cidade que tanto crescia mundialmente, mas tal crescimento gerava mais desigualdades do que oportunidades para os cerca de 3.000 habitantes de Annawadi.

Deixo aqui o trecho do livro que mais me comoveu: 

'' Em uma madrugada no fim de julho, Sunil encontrou um catador caído na lama no cruzamento da estradinha de terra de Annawadi com a grande via do aeroporto. Sunil conhecia ligeiramente o velho; ele trabalhava duro e dormia do lado de fora do mercado de peixes Marol [...]. Agora, a perna do homem estava esmagada e ensanguentada, e ele estava pedindo ajuda aos transeuntes. Sunil imaginou que ele fora atropelado por um carro. Alguns motoristas não se preocupavam muito em evitar os catadores de lixo que se espalhavam na beira das estradas.

Sunil estava assustado demais para ir até a delegacia de polícia e pedir uma ambulância, [...]. Em vez disso, ele correu em direção ao campo de batalha, nas caçambas de lixo da área de carga, esperando que um adulto tivesse coragem  de ir à delegacia. Milhares de pessoas passavam por ali todos as manhãs.

Quando Zehrunisa Husain passou por ali, uma hora depois, o catador estava gritando de dor. Ela achou que a perna dele estava com uma aparência horrível,  mas ela estava levando comida e remédio para seu marido, que também estava com uma aparência horrível, do outro lado da cidade, na prisão de Arthur Road. 


O senhor Kamble passou um pouco depois, com os olhos leitosos e cheios de dores, em caminho atrás de negócios e caridade, ainda procurando contribuições para sua válvula cardíaca. Ele já fora um morador de rua como o homem ferido. Porém, agora, o senhor Kamble não enxergava nada além do saco sem fundo do seu próprio sofrimento, [...].


Quando Rahul e seu irmão retornaram da escola, no começo da tarde, o catador ferido estava deitado, quieto, gemendo fracamente. As 14h30, um homem do Shiv Sena fez uma ligação para um amigo da delegacia de polícia de Sahar sobre um defunto que estava perturbando as crianças pequenas. Às 16 hora, os guardas chamaram outros catadores para carregar o corpo para dentro do carro da polícia, para que eles mesmos não pegassem as doenças que diziam que os catadores de lixo carregavam. ''



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